Aumento de violência contra idosos é tema do Caminhos da Reportagem.

Apenas nos cinco primeiros meses deste ano, o Disque 100, canal do Ministério dos
Direitos Humanos e da Cidadania, recebeu 47 mil denúncias de violência contra
idosos e registrou 282 mil violações de direitos, um aumento de 57% no número de
denúncias e de 87% no de violações, em relação ao mesmo período do ano
passado.
Em outubro de 2023, o Estatuto do Idoso completa 20 anos. Nessas duas décadas,
o Brasil observou avanços em relação aos direitos dos idosos, como a prioridade no
atendimento na fila do supermercado, do banco e em transportes públicos, além das
vagas prioritárias para estacionar. Foi a primeira legislação que de fato passou a
regular os direitos dos idosos. No entanto, ainda há muito o que fazer.
Alexandre Kalache, gerontólogo e presidente do Centro Internacional da
Longevidade, alerta que o Brasil não está preparado para o rápido envelhecimento
observado no país. Ele ressalta que, hoje em dia, o Brasil tem em torno de 15% da
população com mais de 60 anos. Em 2050, serão mais de 30%. “Nós vamos sair de
uma população de cerca de 33 milhões para, daqui 27 anos, nós temos 68 milhões
de pessoas idosas”.
Alexandre Kalache, gerontólogo e presidente do Centro Internacional da
Longevidade, alerta que o Brasil não está preparado para o rápido envelhecimento
observado no país. Ele ressalta que, hoje em dia, o Brasil tem em torno de 15% da
população com mais de 60 anos. Em 2050, serão mais de 30%. “Nós vamos sair de
uma população de cerca de 33 milhões para, daqui 27 anos, nós temos 68 milhões
de pessoas idosas”.
Monize Marques, juíza e coordenadora da Central Judicial do Idoso do TJDFT (CJI –
Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios), afirma que o país precisa de
políticas públicas fortes para lidar com os desafios que se apresentarão. “O Brasil
ainda não está preparado para circunstâncias que o envelhecimento traz, não
somente no contexto doméstico, mas também no contexto social. A gente está
falando de um mercado de trabalho para pessoas idosas, de programas específicos
de saúde para que os hospitais tenham condições de oferecer uma maior dignidade
e proteção, e também de assistência social, de instituições de longa permanência.
São diversas circunstâncias que envolvem o envelhecimento e que exigem do
Estado uma política pública bastante consistente”.
Além desses desafios, existe uma questão dramática: a violência contra os idosos.
Dados da CJI mostram que a maior parte das violências é perpetrada por familiares
próximos. Monize Marques afirma que existe uma vítima padrão. “Uma mulher idosa
que tem entre 60 e 69 anos e sofre violência por parte dos seus filhos. No âmbito da
Central Judicial do Idoso, os dados revelam que 66% das violências são praticadas
por filhos”.
Demétrius França, psicólogo e doutor em Psicologia Clínica, ressalta as dificuldades
que os idosos enfrentam para denunciar. “Se você é o cuidador primário daquela
pessoa, ela reconhece isso e ela sente uma necessidade de lealdade com você. E
aí a gente fica entre a cruz e a espada. Porque se o seu cuidador é a pessoa que de
alguma forma te maltrata, te agride ou abusa de você financeiramente… Como se
defender dessa pessoa?

https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-brasil/2023/08/27/aumento-de-violencia-c

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