A higienização realizada durante a vida pode evitar complicações na região oral em pessoas da terceira idade. Dessa forma, o cuidado com a saúde bucal é necessário em todas as faixas etárias. A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES/DF) alerta para o hábito da higiene diária perfeita (escovação e uso de fio dental), aliada aos tratamentos regulares com flúor. Essas medidas ajudam o idoso a ter dentes mais resistentes à cárie e podem auxiliá-lo a aliviar a dor associada aos dentes sensíveis.
Com o envelhecimento, as chances de retração da gengiva aumentam. Esse processo permite que os dentes pareçam mais longos e expõe a raiz, o qual gera maior risco de cáries, a chamada “cárie de raiz”, além de provocar uma hipersensibilidade da dentina. A população idosa também é acometida por diversos outras complicações bucais, como a xerostomia (boca seca), problemas nas pontes/próteses totais, doenças periodontais, lesões da mucosa bucal (candidíase e leucoplasia), câncer bucal, entre outros. Logo, essa população precisa de cuidados e orientações específicas quanto à higienização.
Os idosos independentes que utilizam dentaduras e pontes móveis devem seguir certos cuidados quanto à limpeza (mais informações). A frequência dessa prática deve ocorrer após as refeições, antes de dormir e ao acordar, a fim de evitar a formação de placas bacterianas sobre as próteses. Os dentes artificiais das dentaduras exigem uma correta higiene para impedir a disseminação de infecções que podem provocar a “endocardite” (inflamação de um tecido do coração) ou a “pneumonia por aspiração” dos microrganismos, e que podem levar o idoso à morte. À noite, após realizar a limpeza da prótese, o idoso deve colocá-la em um recipiente fechado com água associada a uma colher de café de bicarbonato de sódio. Recomenda-se não dormir com a prótese para proporcionar um relaxamento dos tecidos de suporte.
Caso o idoso use dentadura, mas também possua dentes, deve-se usar uma escova para dentadura e outra macia ou extramacia para os dentes naturais. Os idosos que não têm dentes devem limpar mucosas e gengivas com soro fisiológico ou enxaguante bucal, aplicado numa gaze.
Aos idosos que apresentam algum tipo de doença como artrite, artrose e gota, devido às alterações nas articulações que levam a movimentos dolorosos e limitados, recomenda-se fazer adaptações para facilitar os movimentos durante a higienização. Um exemplo é adquirir escova elétrica ou escova com cabo engrossado, feito de resina acrílica.
Os idosos parcialmente e totalmente dependentes necessitam de um cuidador para auxiliá-los em sua rotina diária. Esse responsável deve receber orientações sobre a manutenção da saúde oral como, por exemplo, os cuidados com as próteses e a forma correta de higienização. Nesses casos, o cuidador é quem irá realizar a higiene bucal do idoso sob a indicação do dentista.
Dicas
Recomenda-se o uso diário da escova, do fio dental e do creme dental com flúor. Os dentistas orientam escovar os dentes, no mínimo, três vezes ao dia. Para manter o sorriso saudável, consultas periódicas também são essenciais. Uma higiene bucal inadequada pode acarretar primariamente doenças na boca como cárie e doença das gengivas. Essas doenças podem agravar outras enfermidades que a pessoa tenha como a Diabetes, por exemplo.
A escova dental deve ser trocada sempre no período entre dois e três meses. Com tantos tipos disponíveis no mercado, o gerente de Odontologia da Secretaria de Saúde do DF, Sérgio da Mata, dá as dicas para não errar na escolha. “A escova não deve ser dura. Suas cerdas devem ser macias para evitar desgaste dos dentes e agressão às gengivas, seu tamanho deve permitir o acesso aos dentes lá do fundo”, explica.
Segundo Sérgio, a escovação deve ser feita sem pressa, com gentileza e cuidado. “É aconselhável escovar um dente de cada vez. A escova deve fazer movimentos suaves e seguros, sem força excessiva. Executar o movimento da vassoura, varrendo no sentido gengiva-dente (de baixo para cima nos dentes superiores e de cima para baixo nos dentes inferiores)”, complementa o gerente.
Outra recomendação é usar o fio dental sempre após às refeições e evitar os palitos. Quanto ao enxaguante bucal, Sérgio informa que deve ser usado sempre com indicação do dentista. “O ideal é aquele que não contém álcool na composição para evitar agressão das mucosas. Em situações normais o bochecho ao final da escovação com a sobra da pasta é suficiente”, afirma.
Por Patrícia Kavamoto, da Agência Saúde DF
Fonte: www.saude.df.gov.br