Os tratamentos para a depressão em idosos comprovados cientificamente são a psicoterapia, os medicamentos – principalmente os antidepressivos e mudanças do estilo de vida, como exercícios físicos e prevenção do isolamento social. Deve-se avaliar as dificuldades do paciente para realizar as atividades quotidianas.
Existem diversos tratamento que são disponíveis para a depressão em idosos. A escolha do tipo de tratamento depende de uma conversa com o seu médico psiquiatra e os outros profissionais (psicólogos, enfermeiros, médicos clínicos, entre outros) que participam do tratamento. Aqui, tem-se algumas considerações sobre o assunto.
O que são as mudanças do estilo de vida?
Melhorar e fortalecer as relações sociais tem um papel importante na prevenção e no tratamento da depressão. Da mesma forma, realizar exercícios físicos pode contribuir no tratamento.
A psicoterapia é indicada no tratamento?
Muitos estudos já foram realizados para embasar a ideia de que as psicoterapias são efetivas para o tratamento da depressão em idosos, sejam elas sozinhas ou em associação com os medicamentos.
A psicoterapia é um termo geral que engloba diversos tipos de técnicas de psicoterapia, como por exemplo a terapia cognitivo-comportamental, a psicanálise, entre outra tantas. Cada técnica propõe um substrato teórico muito rico para embasar o tratamento.
Todas as psicoterapias tem em comum proporem para os pacientes espaços de escuta e conversa, onde o paciente se beneficia de uma relação aberta, segura e de qualidade com o seu terapeuta.
Quais são os profissionais que fazem psicoterapia?
Dois profissionais podem ser psicoterapeutas, os médicos psiquiatras e os psicólogos. Alguns pacientes tem um psicólogo para a psicoterapia e um médico psiquiatra que se responsabiliza pelo tratamento clínico com medicamentos, outros escolhem concentrar os dois tratamentos no seu psiquiatra.
Quais são os medicamentos usados no tratamento da depressão em idosos?
Uma grande variedade de estudos embasa o uso de medicamentos antidepressivos para o tratamento da depressão em idosos.
Considerações diversas sobre o tratamento com medicamentos
Cada medicamento possui suas próprias características e eles são diferentes uns dos outros. Todos possuem diversas indicações de tratamento e diferentes efeitos colaterais. Esta variedade de possibilidades embasa o médico na hora de propor ao paciente um tratamento com um medicamento. A partir de um perfil individual, consideramos quais os efeitos colaterais possíveis que queremos evitar e qual o efeito benéfico que queremos atingir.
Os antidepressivos melhoram a depressão nos idosos entre duas a oito semanas após seu início. Alguns efeitos podem ser imediatos, como por exemplo o tratamento da insônia.
Algumas vezes, o paciente apresenta sintomas colaterais do remédio, como dor de cabeça, problemas no sono, diarréia ou aumento da ansiedade. Estes efeitos, dependendo da sua intensidade, podem melhorar com a continuação do tratamento. Nesses casos, aconselhe-se com seu médico sobre a necessidade de parar, manter ou trocar o medicamento.
Os medicamentos indicados para tratar a depressão em idosos são os antidepressivos, mas sabemos que outros tipos de medicamentos, como os estabilizadores do humor ou os antipsicóticos também são efetivos para tratar a depressão, no contexto de uma doença bipolar, por exemplo.
Como regra geral, os medicamentos usados em psiquiatria tem mais de um efeito clínico. Isso significa que um único medicamento pode ser usado em diversas situações (ex.: o antidepressivo também pode ser usado para tratar problemas de insônia e ansiedade).
Ressaltamos também que todos os medicamentos tem um nome genérico e diversos nomes comerciais. O nome comercial é dado pela empresa farmacêutica que o fabrica.
Avaliação das atividades de vida quotidiana
A depressão em idosos pode se associar a dificuldades para realizar as atividades quotidianas. Avaliar se o idoso reside sozinho e quem é o seu familiar ou cuidador mais próximo pode ser importante para se obter informações. Lembrando que as conversas com as pessoas próximas devem sempre ser autorizadas pelo paciente.
As atividades da vida diária são:
- Uso do dinheiro e pagamento das contas
- Preparo das refeições
- Organização e realização das compras no supermercado
- Utilização de meios de transporte públicos, taxi ou dirigir seu próprio carro
- Uso do telefone ou computador
- Realização da higiene individual
- Uso do toalete
- Necessidade de ajuda para alimentação
- Capacidade de caminhar com ou sem ajuda
O conhecimento de cada um desses itens permite prevenir acidentes, planejar ajudas específicas para cada dificuldade e preparar o domicílio. O tratamento da depressão pode permitir ao idoso de retomar a sua autonomia, logo, as dificuldades devem sempre ser reavaliadas ao longo do tratamento.
Fonte: www.gabrielbehrpsiquiatra.com.br